As traves do gol foram vistas de longe durante exatos 31 dias. Goleiros reservas da Seleção Brasileira na Copa América, Victor e Jefferson assistiram do banco à eliminação nas oitavas de final para o Paraguai. De volta a Grêmio e Botafogo, perceberam que passaram quatro rodadas do Brasileirão, e era a hora de entrar em campo novamente. Porém, o retorno não foi do jeito que esperavam, com demora nas saídas dentro da pequena área, tentativa de drible equivocada e bola que passou mais rápido do que as mãos puderam alcançar (assista ao vídeo).
Victor retornou ao Grêmio e encontrou um cenário de crise. O time a um passo da zona de rebaixamento, com problemas na diretoria, que resultaram na demissão do técnico Julinho Camargo e do vice de futebol Antônio Vicente Martins. O momento delicado do clube pode ter contribuído para os erros contra o Flamengo, quando o goleiro tentou driblar Ronaldinho Gaúcho, e contra o Atlético-MG, na cabeçada de Leonardo Silva. A tese da influência psicológica para as falhas é mais defendida pelo preparador de goleiros da Seleção Brasileira e do Grêmio, Francisco Cersósimo, do que uma consequência do período de inatividade na Copa América.
- A falta de ritmo pode ter uma pequena influência, mas não serve de desculpa para possíveis falhas, apesar de eu não ter visto esses lances dessa forma. Às vezes um goleiro para e volta arrebentando. Em certo momento é preciso um descanso. Mas é preciso ver a situação como um todo. O clube não vive um bom momento, e todos acabam errando. Agora é levantar a cabeça e tentar superar essa má fase. Está todo mundo no mesmo bolo – afirmou Cersósimo.
O preparador de goleiros da Seleção também falou sobre o desempenho de Jefferson, com quem treinou no período da Copa América. Para Cersósimo, o arqueiro do Botafogo mostrou altos e baixos após sua volta ao time, mas tem crédito.
- O Jefferson errou contra o Atlético-PR, mas contra o Cruzeiro foi perfeito, fechando o gol. É um goleiro que, assim como o Victor, tem sido eleito o melhor de sua posição nos últimos campeonatos. Ele tem confiança e o respeito de todos – concluiu.
Para Tenius, erros foram em lances isolados
As falhas de Jefferson contra Atlético-PR e Figueirense foram parecidas. Com saídas equivocadas após lançamentos para a área, o goleiro se atrapalhou com a defesa alvinegra e permitiu que Morro Garcia e Edson Silva, respectivamente, mandassem a bola para as redes. No entanto, segundo Flávio Tenius, preparador de goleiros do Botafogo, os lances foram isolados e não são relacionados com o tempo em que o camisa 1 esteve no banco da Seleção.
- Não tiro a responsabilidade do Jefferson, mas não vejo como falhas. Foram lances isolados e difíceis. Contra o Figueirense, por exemplo, vi mais como uma falha coletiva. Por outro lado, ele foi muito bem contra Corinthians, um dia depois de voltar da Copa América, e Cruzeiro. Acho que a falta de ritmo não muda muita coisa. Ela é amenizada quando se cobra 100% no dia a dia de treinamentos. Lógico que treino não é igual a jogo, que tem muitas variáveis. Mas se for intenso, é possível compensar – afirmou Tenius.
Fonte: Globo Esporte
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